O deputado federal licenciado Maurício Rands renunciou sua candidatura à prévia petista marcada para domingo (3) - onde seria escolhido um nome para disputar a Prefeitura do Recife pelo PT no pleito de outubro - contra o prefeito João da Costa, que luta para tentar a reeleição. Em coletiva de imprensa convocada às pressas na tarde desta quarta-feira (30), Rands afirmou que abre mão da eleição interna em favor do senador Humberto Costa, nome defendido pela Executiva Nacional da legenda.
Na terça (29), em uma reunião com o parlamentar e João da Costa, o presidente nacional da sigla, Rui Falcão, pressionou os dois a entrarem em acordo e renunciar. Ambos ficaram de conversar com aliados e dar um retorno nesta quarta (30). Enquanto Rands renuncia, um dos principais aliados de João da Costa, o secretário de Turismo municipal, André Campos, garantiu em entrevista no início desta tarde que Costa continua na disputa.
Ao lado de um pelotão de aliados, entre eles o também deputado federal João Paulo, os petistas Cláudio Ferreira e Dilson Peixoto, além dos vereadores Luis Eustáquio e Múcio Magalhães, Rands asseverou que venceria a prévia de domingo (3) e completou: "não fazemos campanha apegados a interesses pessoais, mas a projetos políticos".
O discurso de Rands causou comoção nos militantes presentes - alguns chegaram a chorar -, que explodiram em aplausos quando o petista mencionou o nome de João Paulo, bastante carismático no cenário local. Emocionado, Rands falou que, "pensando em um esforço coletivo", passa o bastão para Humberto Costa, "que está mais bem posicionado", nas palavras dele.
ENTENDA O CASO - O imbróglio em torno do nome petista que disputará a sucessão municipal gira em torno de uma briga entre o prefeito João da Costa e o deputado federal João Paulo. Ambos eram aliados, mas romperam a relação desde o primeiro ano do mandato de João da Costa. João Paulo era padrinho político do atual gestor, ocupou cargos importantes na Prefeitura quando o parlamentar foi prefeito, entre 2000 e 2008, como a Secretaria de Planejamento. Inclusive, João Paulo brigou com a cúpula do PT para lançar Costa como seu sucessor e conseguiu elegê-lo. Entretanto, uma rincha não esclarecida até hoje afastou os dois. Há quem diga que, após virar prefeito, João da Costa escanteou João Paulo. Outros afirmam que o ex-prefeito queria continuar mandando no Palácio do Capibaribe.
Por causa desta disputa, a corrente majoritária do PT, Construindo um Novo Brasil (CNB), da qual Rands e Humberto Costa fazem parte, tenta impedir o prefeito de tentar a reeleição respaldando-se na falta de carisma do prefeito e na alto índice de rejeição à sua gestão. Eles argumentam que a população quer continuar com o PT, mas mudar o prefeito.
No dia 20, foi realizada uma prévia, da qual João da Costa saiu vencedor com 553 votos de diferença, mas a Executiva Nacional anulou o pleito após acusações do grupo de Rands de que houve "voto pirata".
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