A crise energética que foi descortinada às 23h14 da última quinta-feira (25) com um apagão de grandes proporções em todo o Nordeste, Tocantins e Pará, totalizando 11 estados e um prejuízo que afetou 53 milhões de pessoas somente em solo nordestino, vai custar caro ao bolso dos brasileiros. A partir de segunda-feira (29), 33 termelétricas poderão ser acionadas para fornecer 40% da energia consumida pelos nove estados da região, cuja demanda chega a 10 mil megawatts por semana. E a fatura desta energia mais cara e poluente será rachada por todo o país.
Segundo o presidente da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Bosco de Almeida, afirmou na noite deste sábado (27), o objetivo é complementar o funcionamento das hidrelétricas, que atualmente sofrem risco de colapso por conta da falta de chuvas na bacia do São Francisco. A Chesf possui nove usinas na localidade.
Cerca de 90% da energia consumida pelo Nordeste vêm da Usina Hidrelétrica de Sobradinho, na Bahia, que atualmente opera com apenas 24% de sua capacidade. Diante de um histórico que registra dois apagões na região em pouco mais de um mês - o último foi no dia 22 de setembro -, a solução foi apelar para a energia gerada através de gás e óleo combustível.
O presidente da Chesf, João Bosco de Almeida, disse que o custo deste acionamento será rateado por todos os estados. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press |
Vale reforçar que no dia 6 de setembro a presidente Dilma Rousseff anunciou que, a partir do início de 2013, a conta de energia elétrica terá redução média de 16,2% para o consumidor doméstico e de até 28% para a indústria. O anúncio já preocupa os especialistas do setor elétrico, que apontam o risco de novos colapsos no fornecimento de energia. Em 35 dias, já ocorreram quatro em diversas partes do país.
Por ironia, o apagão que durou cerca de quatro horas teve início no mesmo dia em que o Conselho Monetário Nacional (CMN) havia decidido, em reunião, aumentar o valor da linha de crédito disponível para distribuidoras, geradoras e transmissoras de energia junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A linha de crédito passou de R$ 350 milhões para R$ 850 milhões. Os recursos extras estarão disponíveis apenas para as empresas de energia sediadas nos estados que receberão jogos da Copa de 2014.
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